segunda-feira, 12 de novembro de 2012

#63 SIGURDARDÓTTIR, Yrsa, Lembro-me de ti

Sinopse: Três jovens propõem-se recuperar uma velha casa de uma aldeia abandonada, algures nos Fiordes Ocidentais islandeses. Mas não imaginam o cataclismo que este inofensivo trabalho vai desencadear. Na outra margem do fiorde, um psiquiatra investiga o suicídio misterioso de uma mulher mais velha que poderá estar ligado ao desaparecimento do seu próprio filho. Estas duas intrigas vão convergir para uma história de um enorme suspense que os críticos têm considerado tratar-se da melhor que até agora saiu da pena de Yrsa Sigurdardóttir.
"Lembro-me de Ti" foi galardoado com o Prémio de ficção Policial Nórdica de 2011, e os direitos de adaptação ao cinema comprados pelo produtor islandês radicado em Hollywood Sigurjón Sighvatsson ("Wild at Heart" e "The Killer Elite", entre dezenas de outros). Um thriller policial arrebatador, uma leitura saborosamente arrepiante.

Opinião: «A resposta islandesa ao Stieg Larsson» é um pouco enganosa para quem procura policiais. Não que essa componente não exista, mas o livro resolve-se sobretudo a partir do sobrenatural. Para quem gosta de livros que deixam os pelinhos arrepiados, este é ideal. Ontem julguei que toda a casa fazia ruídos ameaçadores enquanto lia as últimas páginas. Confesso que pulei algumas porque achei demasiado descritivo e exaustivo. Também porque me perturbou bastante, logo deste o início. O frio, o branco, os fiordes a desfazerem-se sob as botas de neve, a ameaça do gelo, crianças desaparecidas, estranhas cruzes gravadas nas costas de mortos e um fantasma (criança) ameaçador que se vale do uivo vento para lançar avisos tormentosos. A meio do livro estava frenética para terminá-lo, não andava tão rápido quanto eu desejava, cada capítulo terminando numa revelação/aproximação do medo e deixando-me em alvoroço. Queria muito saber o que aconteceu com aquelas duas crianças desaparecidas...
No final tudo se conjugou: a má natureza humana, a crueldade infantil, a dor, a perda, o desconcerto, o absurdo das situações evitáveis que terminam em desgraças, os motivos por detrás de tanta maldade e sordidez. Tudo faz, afinal, sentido.

Uma boa leitura - sem dúvida perturbadora - que aconselho a todos os que gostem de mistérios, policiais e sobrenatural. Se tiver oportunidade voltarei a ler esta autora, que trouxe a Islândia para a luz.

Classificação: 4****

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