Na realidade já as tinha lido anteriormente, mas não sei se tinha lido todas e com o espírito com que as li agora. Estava em Beja, com as minhas duas irmãs, e senti necessidade de as ligar àquela cidade tanto quanto lhe sou ligada. Aproveitei as tecnologias para baixá-las da internet e ler-lhas, visto que no dia seguinte iríamos ao Convento da Conceição ver a janela que, afinal, não está no local original. Apenas os ferros são os mesmos.
Os franceses reinvindicam a autoria destas cartas, originalmente publicadas em 1669 em França e, posteriormente, na Alemanha. Não acredito que a profundidade deste retrato psicológico feminino pertença a um qualquer "escritor". Creio realmente que estes queixumes partem da mão da pessoa que sofreu, na pele, as agruras dum amor enganado, não correspondido.

Mariana referencia a D. Brites, madre do convento, a janela de Mértola, a cidade de Beja, os cavaleiros franceses. Isto sem o pretensiosismo dum escrito e com a veracidade de uma situação real.
Mariana nasceu em 1640, ingressou no Convento da Conceição aos 11 anos e lá morreu, em 1723. Não faço ideia se terá sido algum dia confrontada com algum leitor curioso a respeito das suas supostas cartas de amor.
Li também, há muitos anos, o Mariana da Katherine Vaz, que me deu a conhecer este episódio delicioso da nossa história.
Sem comentários:
Enviar um comentário