domingo, 16 de fevereiro de 2014

10# Blue Jasmine

Título oficial: Blue Jasmine @ 2013


Realizador: Woody Allen
Actores principais: Cate Blanchett, Alec Baldwin, Sally Hawkins
Classificação IMDb: 7,5
Minha classificação: 8,5


Nota: O meu pensamento quando acabei de ver o filme: tenho que descobrir quem é o realizador e segui-lo. Ora bem, para mal dos meus pecados, é o génio do cinema/pedófilo Woody Allen. Já me tinha prometido não voltar a dedicar um instante a obra alguma deste criminoso que circula livre, mas aconteceu, foi inesperado. A menos que o filme tenha o nome de capital europeia, dificilmente o associo ao Allen. Por isso a minha opinião abaixo terá de seguir, independentemente dos feitos do escritor/realizador.


Opinião: Por fim, apaixono-me pela Cate Blanchett (Jasmine). É uma figura que se desdobra em emoções neste filme, oscilando entre uma classe invejável e uma alma que se desfaz em pedaços. Ela chora, ela treme, ela deixa que os objectos lhe caiam das mãos, ela sorri com a boca (nunca com os olhos), ela baba-se um bocadinho, ela deixa que a mente voe para longe e fixa a vista num pontinho distante. Ela sibila, ela sussurra, ela grita, ela descabela-se. Em geral, todo o filme é mais uma série de confrontos nevróticos contidos do que um explodir de emoções. Os confrontos dão-se, e bem no ritmo dos reais; com alguém a implorar por calma, a suplicar que se fale baixo, que se mantenha o nível.
Estamos perante Jeanette, que mudou o nome para Jasmine, e que foi durante muitos anos casaca com Alec Baldwin, um corrupto que também a traía. A Jeanette/Jasmine é do género de pessoa que vira a cara quando fareja que algo está errado, a menos que lho acenem com néons e, quando descobre que foi enganada durante todos aqueles anos, envereda por uma via de auto-destruição que está muitíssimo bem caracterizada. Sem ninguém a quem recorrer, atravessa o país, deixando New York pelo abrigo que a irmã lhe oferece.
A Sally Hawkins (Ginger) também tem um bom papel. É uma mulher de pouca auto-estima que não se acha digna de muito. Então vai-se contentando com o que tem à mão, sem hesitar em se embrenhar numa nova história que lhe pareça "um pouco" melhor. 
Não sei se vi alguma aparição do verdadeiro amor neste filme. Vi personagens muito reais, com interesses bem delineados, confusas, traídas, a trair e a enganar também, cada uma ao nível em que isso que é possível. Mas não houve uma aparição de um amor maior capaz de salvar cada um das espirais de decadência em que está mergulhado. É um filme que abre as portas ao mundo que tenho julgado começar a vislumbrar agora que entrei na idade adulta. Os contos de fada vão ficando para trás, os comprimidos ajudam a dormir e a sorrir e ninguém é cem por centro feliz, e ninguém o seria mesmo que tivesse tudo aquilo que considera essencial.

Contudo, esta citação abaixo ficou-me na ideia. Penso que seja o momento mais terno, mais sonhador do filme. Uma possibilidade de redenção e de recomeço. Ninguém é perfeito.

Diálogo entre Dwight e Jasmine.
- Hey, posso perguntar-te uma coisa?
- Claro.
- Alguma vez te imaginaste casada comigo?
- Casada?
- Eu tenho tudo planeado mas, como é evidente, podes dizer que não se te parecer terrível. Está bem? Mas vens comigo no mês que vem para Vienna, vivemos lá uns anos e eu posso ensinar-te a valsar, e podes comer todo o bolo de chocolate e beber todo o vinho que quiseres. E depois voltamos e eu invisto no meu sonho na política. E então adoptámos crianças e vivemos nesta casa, que farás um trabalho fantástico a embelezar. Que te parece? (...)
- Então estás a dizer que me amas?
- Não dá para ver?

Classificação: 8/10

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