segunda-feira, 5 de outubro de 2015

#137 ROBERTS, Nora, Herança de Fogo

Sinopse: Herança de Fogo é a história de Maggie Concannon. Talentosa e rebelde, Maggie é uma artista que trabalha o vidro. As suas obras de arte são mais do que apenas objectos belos, são reflexos da sua verdadeira natureza. Até que um dia, Rogan Sweeney, dono de uma das galerias mais sofisticadas de Dublin, descobre o seu trabalho. Se por um lado Rogan é um profissional e quer fazer dela uma artista conhecida e bem sucedida, por outro o seu coração atraiçoa-o pois está completamente apaixonado por aquela mulher rebelde e explosiva. Apesar de Maggie sentir o mesmo, uma relação entre ambos nunca poderá ser fácil... ou não houvesse um passado negro a assombrar o futuro.


Opinião: Mais um livro da rainha do romance... Não li muitos dela, confesso, mas os que li foram todos iguais.
O primeiro que li foi o "Herança de Vergonha", por sinal o último desta trilogia. Depois li o do meio, da Brianna (Herança de Gelo), e por fim, anos depois, aborrecida de morte e incapaz de pegar num livro a sério, decidi obrigar-me a adquirir este volume em formato bolso e a lê-lo, apenas para terminar a trilogia. Também li uma trilogia sobre flores, "A Dália Azul", etc..., mas já estava muito aborrecida daquilo. Meto-a no saco dos autores com uma fórmula, e que a aplicam até à exaustão. Tudo bem, o leitor assim já sabe ao que vai... Mas não desenvolve. As falas são sempre parecidas, idem com as descrições, idem com os cenários, idem com a pessoa a cozinhar, os chás, as personalidades... Tem graça, é divertido, entretém, mas não são livros para se lerem de enfiada, agora este e a seguir outro dela, porque vai sempre dar ao mesmo. Também o final é sempre 100% garantido.
Este é a história da Maggie Concannon, curiosamente a irmã que eu achava menos interessante das três, porque surgiu sempre como a personagem secundária rabugenta das outras histórias. Porém, aqui, a Maggie revela a personalidade mais interessante de todas. Livre, decidida, uma artista compulsiva e uma mulher segura de si. Também tem o lado vulnerável, não se engana a si própria e é brutalmente honesta. Tudo isto é agradável de se ler, ri-me algumas vezes com algumas coisas que eles diziam. O Rogan foi, obviamente, feito como uma luva para ela… Também ele tem uma personalidade interessante. Mas a linha dos livros, sempre igual, sempre com eles a correrem atrás delas até à exaustão, sempre pacientes e amorosos, exaspera-me. E que dizer das metáforas? Já não aguentava tanta metáfora. “Fazia isto como x faz y”. “Estás para aí como um x a fazer y”, etc…
Enfim: light literature. É fácil para ela, fácil para o leitor. Não admira que esteja rica e venda tanto. Ela, o Nicholas Sparks, a Sveva Casatti Modignani, etc., etc…
É descobrir a galinha dos ovos de ouro e depená-la até ao degredo.
É pouco provável que volte a lê-la em breve, embora, de momento, me tenha sabido bem ler algo com esta leveza e, sobretudo, ambientado na Irlanda, que tanto amo.

Classificação: 3,5***/**