Sobre "Demência"

Fotografia da autoria de Letícia Brito - visitem o seu blogue de leituras aqui


1ª Edição - Alfarroba Edições @ Novembro 2011
2ª Edição - Coolbooks @ Abril 2019
«Este Demência foi um trabalho descontínuo desde 2009, e foi culminar em cento e qualquer coisa páginas escritas de um sopro em Julho de 2011. Antes de o escrever, tinha uma ideia diferente para ele. Lembro-me de ir trabalhar para Lisboa, em 2007, a remoer a ideia de uma professora loira e baixa chamada Lavínia, que carregava uma filha pequenina no colo e que era ignorada pela pequena aldeia onde vivia - a aldeia da minha avó, que tão bem conheço - por ter sido obrigada a salvar-se das maldades de um marido alcoólico e violento. Lembro-me também de carregar na ideia uma idosa sem memória, muito à imagem da minha bisavó paterna, que perdesse capacidades a olhos vistos. E depois em 2009 surgiu a ideia de as juntar a ambas, num enredo em que seria impossível entenderem-se mutuamente. A sogra detesta a nora - apenas está esquecida disso metade do tempo. E lembrei-me de polvilhar isto com duas crianças inocentes, mas espertas, um velhote adorável (que é a minha personagem favorita), e um professor céptico, inteligente e ligeiramente mal-humorado.»
(Nota da Autora, 2011)


Conversa com Jorge Gaspar sobre "Demência" em As Cores dos Autores na NTR

"Dos melhores livros que li na vida e talvez o livro mais feminista e mais justo que li na vida. " Ema, in Goodreads

Entrevistas sobre o Demência (2011 em diante):

«Eu sinto que nos “romances contemporâneos” podes dar muito mais foco aos personagens e à realidade do nosso tempo. Como é o caso da violência doméstica. No romance histórico, o mais importante é não pormos uma Renault 4L a atravessar Lisboa em 1850. Temos de evitar anacronismos. Temos de fazer uma pesquisa muito exaustiva, que é o que demora mais. Eu comecei pelos livros de História e, às tantas, descobri que o melhor era ler jornais. Os jornais da época, nomeadamente a “Gazeta de Lisboa”, que encontramos online, ajudam-nos a entender como é que era a mentalidade, o foco daquela sociedade. Não adianta dizer apenas “ah fomos invadidos pelas tropas do Napoleão”. O que diziam os jornais? Os jornais diziam que o povo estava a retaliar com o que lhe vinha à mão, fossem pedras, fossem paus… e eu achei isso muito mais interessante do que ler que ele avançou até não sei onde no dia tal. Devemos procurar os vários ângulos do mesmo episódio.»


"O seu primeiro livro retrata situações muito específicas mas bastante presentes na nossa sociedade. Quanto da sua experiência pessoal colocou nessa obra? Não muito. Não da experiência da vida real, pelo menos, excepto no que diz respeito ao Alzheimer, porque convivi de perto com uma das suas “vítimas”. Mas quanto a violência doméstica, amores trocados, abortos? Limitei-me a eliminar a linha ténue que é, para mim, a que distancia a realidade do meu mundo interior. São temas que mexem comigo, aos quais presto atenção e sobre os quais tinha algo a dizer. Foi só expressar-me a seu respeito, porque vivê-lo ou testemunhá-lo próximo de mim não tinha testemunhado. Embora, claro seja que todos temos alguém não muito afastado que viveu algo do género."

Estante de Livros

"É muito fácil afeiçoarmo-nos a estas personagens que são tão pessoas quanto nós, porque são ser humanos palpáveis, cheias de defeitos, feitas de dor, de angústia, de sobressaltos, de vida e de medo que as prende. Este livro é forte, cru, bonito e verdadeiro. Cruelmente real e bonito. Foi um livro que me fez sorrir, que fez o meu coração bater a mil, como se estivesse a existir exatamente ali, no meio daquela história, a viver intensamente cada momento, cada dor, cada impasse, cada fuga."
Gesto, Olhar e Sorriso

Cultura...E Não Só

Carola Ponto e Vírgula

Patrícia Lobo
"Acho que este livro poderia ser resumido numa frase, retirada das suas próprias páginas, que nos diz que «as pessoas preferem os factos aos motivos». Foram 460 páginas que vivi com emoção as histórias de Letícia e Olímpia. Duas gerações distintas, duas mulheres que sofreram nas mãos de um homem e de uma comunidade que comentava aquilo que não sabia e se remetia ao silêncio quando não devia. Um livro que nos faz pensar e refletir sobre temas diversos, como violência doméstica, sobrevivência, amor e família."

OPINIÕES

Mais reviews por escrito na plataforma Goodreads.

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