sábado, 22 de junho de 2013

#88 KLEYPAS, Lisa, Paixão Sublime

Sinopse: Quatro jovens damas da sociedade londrina procuram um bom partido. Chega a vez de Evangeline Jenner, a mais tímida, mas também a mais rica, logo que cobre a sua herança. Para escapar às garras da família, Evie pede ajuda a Sebastian, Lord St. Vincent, um conhecido libertino, fazendo-lhe uma proposta irrecusável: que se case com ela, trocando riqueza por proteção. Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite de núpcias, os dois não voltarão a encontrar-se na intimidade, pois Evie não quer ser mais um coração partido na longa lista de conquistas de Sebastian. A Sebastian resta esforçar-se mais para a seduzir… ou entregar finalmente o coração, em nome do verdadeiro amor.

[Antiga review (fruto de uma ou duas leituras num brasileiro miserável e duma terceira - e quarta, e talvez quinta - leitura em inglês)]

5*


Dei-me conta de que não fiz uma review ao Devil in Winter, o meu favorito das Wallflowers! (Em Portugal corresponde ao #3 da série À Flor da Pele da 5 Sentidos). Tendo enviado um e-mail à editora, responderam-me que não preveem, de momento, mais nenhuma publicação nesta série. Fiquei destroçada e amaldiçoei esses bandidos sem coração! Mas também me recordei que já li o livro pelo menos duas vezes numa tradução brasileira manhosa que circula na internet, em inglês idem e até o comprei no book depository e esperei por ele duas semanas vindo do UK. É uma das pérolas da minha biblioteca, uma edição com muita classe que não denuncia o seu conteúdo...

Bom, certamente que quem já leu os dois volumes anteriores da série, sobretudo o que diz respeito à Lillian Bowman, se recorda do abominável Sebastian St. Vincent que atenta contra a pobre donzela a fim de a obrigar a casar-se consigo e a embolsar uma boa quantia? E lembram-se certamente também da ruiva tímida e gaga... a Evie? Pois bem, o terceiro volume das Wallflowers começa com a pobre Evie a munir-se de uma coragem que não sabíamos que dispunha e aborda o escroque. Pede-lhe... *aclaro a voz* que se case com ela. É um negócio simples: o pai dela está a morrer e vai deixar-lhe uma casa de jogo rentável. Em simultâneo ela é maltratada pelos familiares que olham por ela e quer livrar-se da sua influência.

É aqui que a história começa a ser interessante. O St. Vincent é um sacana sedutor habituado a enrolar-se com tudo o que mexe, mas está com graves problemas financeiros e não quer abdicar do luxo a que está habituado. Por isso não hesita em casar-se com a Evie...

Começa a sentir-se útil e a ser bem sucedido na gerência da casa de jogo do pai dela e, qual é o seu espanto, sente-se responsável e protector para com ela. Mas, e apesar de se sentir atraída pelo marido, ela não tem interesse algum em sofrer uma desilusão, ver-se traída ou confirmar que a sua amiga Lillian tem razão quanto ao mau carácter do St. Vincent. Para isso exige distância ... e isso é um chamariz para o St. Vincent, pouco habituado a ser rejeitado...
Adoro o livro porque as minhas personagens favoritas são sempre aquelas que se reinventam, as que se redimem. Li muitas vezes que o St. Vincent "mudou rápido demais", visto ser desprezível no livro anterior. Mas as pessoas não mudam rápido quando finalmente descobrem o seu lugar? Não parece que "nasceram" para aquilo? É assim o St. Vincent a gerir uma casa de jogo. Idem quanto à Evie. Nasceram um para o outro, sobretudo porque ela lhe dá uns quantos "nãos" nas barbas...


Nova review, baseada na edição da 5 Sentidos (Porto Editora) em PT - leitura de 21/22 Junho 2013.


4,5*

Antes de mais, continua a ser o meu romance do género favorito. Contudo a tradução - a escolha de certas expressões, bem como alguns erros que encontrei - deturpam-lhe um pouco a essência. O St. Vincent parece um homem diferente quando se expressa em Inglês daquele que se expressa em PT:
"Vou ter cuidado, minha pomba", traduzido de "I'll be so gentle, love", é um raio duma diferença. Fá-lo parecer parvo, na versão em PT. «Pomba» soa-me a um pervertido. Não no bom sentido, como o Sebastian é.
OK, este livro é o meu guilty pleasure. Adoro as personagens, as cambalhotas deles, a dificuldade que o St. Vincent tem em admitir que se preocupa mais com a Evie do que com o seu próprio ego. Mas a versão inglesa continua a ser a minha favorita.
Em Português, entre o casal principal, ora surge o tratamento "tu" ora surge "você, o senhor, a senhora". É uma discrepância difícil de ignorar, porque acontece também com outras personagens, que ora se tratam com deferência, ora assumimos que já estão mais à vontade, ora volta a surgir um "você" para nos desenganar.
Não consigo tirar da cabeça que, caso este género de livro passasse para as salas do cinema eu ia a voar vê-lo.
E sugeriria o Aaron Johnson para St. Vincent e a Rachel Hurd-Wood para Evie <3

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