segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

#17 Dei-te o Melhor de Mim

Vamos ser honestas, Célia? Não vejo os filmes do Nicholas Sparks (nem leio os livros) em busca de uma boa história. Fi-lo quando, aí entre os doze e os catorze anos, comecei a lê-lo. Depois, comecei a fazê-lo só para me torturar. Só porque não sei que mais faça e às vezes é bom fingir que não cresci e que ainda acredito que existam homens assim, como ele os pinta.
Então, neste fim-de-semana, e para tentar fugir ao milhão de trabalhos que tenho para fazer, meti-me debaixo da manta, chamei a minha irmã (que é dez anos mais nova do que eu mas também dez vezes mais evoluída, e pareceu relutante em ver o filme) e pusemo-lo. Objectivamente, é o seguinte:

o tipo que faz de jovem Dawson (Luke Bracey) é um gatão e entreteve-me até metade do filme.
PS - Começo a achar que Um Refúgio para a Vida deve ter sido produzido por outra pessoa enquanto o Nicholas estava em casa com uma valente constipação...
apesar de não ir com a cara da jovem (não me lembro do nome dela, damn!), acho que havia química entre os dois e ela encarava bem a personalidade que emanava.
na minha óptica, não há qualquer química entre os actores que fazem de Dawson e Amanda (googled it!) mais tarde. A Michelle Monaghan parece, simplesmente, ser mãe do James Marsden.
À luz das histórias do Nicholas Sparks (incluindo das suas produções filmográficas, que tanto fogem aos seus próprios enredos mas são todas elas também iguais entre si):
os ingredientes são os mesmos de sempre: rapariga rica, rapaz pobre, interior da Carolina do Norte, um viúvo, muitos anos de separação, um trabalho perigoso e físico para o moço (bombeiro, trabalhador de petrolífera, soldado no Afeganistão, soldado no Iraque, etc…).
o que varia tem sempre paralelismo com as outras histórias: o outro viúvo era apegado aos quadros da mulher, o outro era apegado às flores da mulher.
os pais dela nunca gostam dele.
ela faz sempre tudo o que quer do tipo, é ela que decide onde e quando. Ele torce-se todo para a convidar para um encontro, depois leva-a a comer comida local no interior. Bebe cerveja e ela bebe cola light. No final do encontro ele não sabe se deve beijá-la, mas beijam-se porque é tradição.
há sempre um momento em que ele “tem de deixá-la ir” para provar que a ama.
há sempre um sacrifício que ele faz por ela.
 não faltou a cena do beijo à chuva, nem o "are you sure of this?" quando ele está prestes a tirar a virgindade à mocinha;
( faltou o passeio de barco, fiquei de queixo caído!)
 coincidências inexplicáveis, mortes desnecessárias to add some drama.
em 50% dos finais ela fica sozinha com as cinzas dele, o ex-marido que já não ama e os filhos que não são dele.  
 as capas são todas iguais.
Gostava de poder dizer que é a última vez que me submeti a tanto cliché, mas a verdade é que noutro domingo frio, sem nada para fazer, pego na manta e lá vou eu, rir-me mais um bocado da desgraça alheia, que é como quem diz: da dificuldade que o homem tem em reinventar-se. 

3 comentários:

  1. "Um Refúgio para a Vida" foi o primeiro que li dele, gostei e acho que o filme estava bastante fiel. Em contrapartida o outro que li foi "o Diário da nossa paixão" e não suportei, a adaptação estava completamente diferente, o que lhe deu uns pontinhos... Dei 3* ao livro não sei pq.
    Concordo contigo nesse aspecto de se reinventar, para além da fórmula ser sempre a mesma as histórias são quase todas iguais :/ as fãs parecem gostar...

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    1. Um refúgio para a vida estava muito diferente do livro para o filme, Ivonne! *spoilers* no livro ela conta-lhe super cedo que está a fugir do marido maluco, o que acaba com aquele conflito entre eles que estala no filme, e que lhe deu suspense. e nunca dormem juntos no livro *spoilers*!!
      O Diário da Nossa Paixão (filme) tem uma energia que não sopra nem ao de leve no livro...
      E etc. O homem está acabado desde o terceiro romance, mas nós cá andamos a acompanhar-lhe os passos xD

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    2. Ahah agora confundiste-me xD claro que as adaptações têm diferenças, mas olha que para "adaptação" o Refúgio achei fiel. Ok, não tenho termo de comparação com outros filmes vs. livros do Sparks porque só li os dois que disse em cima, mas mesmo assim ahah xD

      Olha um livro que li há uns dias e que nada tem a ver com o filme é "Um anjo da guarda" (James Patterson); filme engraçadito e tal com muitos pós de perlimpimpim, livro terrível -.-'' as histórias são diferentes em tudo, tudo e tudo, só a base se safa!!

      Quanto ao "Dei-te o melhor de mim", quero muito ver o filme, ando a adiar porque tenho um feeling que acaba mal (pq será?). Para o livro infelizmente cansei a pachorra, o filme basta-me - coisa feia para um leitor dizer...

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