quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

#155 KUBICA, Mary, Não Digas Nada

Sinopse: Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária. Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia. 

Opinião: “Não digas nada” é o primeiro livro que leio da Mary Kubica. Não tinha lido muito sobre ele, nem sequer no Goodreads, onde vou sempre buscar conselho antes de investir num livro. Fiz bem, porque o livro tem críticas muito díspares. Há quem pareça adorar, há quem o considere um embuste, e há quem diga que não o aqueceu nem arrefeceu.
A sinopse revela um rapto, um captor e uma família influente. O problema, na minha óptica, é que o livro é vendido como um thriller, uma obra de suspense. Estes elementos não existem no livro, é um romance com conteúdos policiais, diria eu. Não há nenhum quebra-cabeças a resolver, mas a autora soube unir as pontas soltas. Quem vai ler o livro à procura destas características vê o seu intento gorado. Entendo que fique frustrado e que considere que o livro falhou, nesse sentido. Eu prefiro pensar que foi o Marketing que falhou e que o livro é exactamente o que a autora quis que ele fosse.
Elogio as personagens principais, bastante credíveis. A Eve, o Colin e o inspector Hoffman, que são as vozes narrativas, estão bem construídos e ajudam a compor o puzzle a respeito do rapto da Mia. É evidente que a mestria da Mary é sobretudo visível no retrato psicológico do Colin e da Mia. Quanto a isto, digo que ambos são palpáveis e multilaterais. Apaixonei-me pelo Colin às primeiras linhas. Acho que a escritora soube prender-nos a esse homem de passado tumultuoso.
Consegui lê-lo depressa, sendo que o último terço foi de enfiada em duas horinhas. É bom sentir que tenho de chegar ao fim de um livro para ter paz. Penso que vai ficar comigo durante algum tempo, um pouco como “A Montanha entre nós”, se bem que esse foi arruinado pelo final…
SPOILER:
A única coisa que não entendo é porque é que a Mia nunca contou a verdade ao Colin, teria resolvido muita coisa…

Classificação: 4,8****/*

1 comentário:

  1. Penso que talvez teve medo da reação dele e no fundo ela própria tinha vergonha...

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