Sinopse: Filha de uma respeitada família de Dunderry, na Geórgia, Claire Maloney era uma menina caprichosa e mimada, mas isso não a impediu de travar amizade com Roan Sullivan, um rapaz feroz, órfão de mãe, que vivia numa caravana com o pai alcoólico. Nunca ninguém conseguiu compreender o laço que unia as duas crianças rebeldes. Mas Roan e Claire pertenciam um ao outro¿ até à violenta tarde em que o terror tomou conta das suas vidas e Roan desapareceu.
Durante vinte anos, Claire procurou o rosto do seu amor de infância por entre a multidão. Durante vinte anos, esperou ansiosamente uma carta e sobressaltou-se a cada toque do telefone. No entanto, quando Roan surge novamente na sua vida, a alegria de Claire não é completa, pois ao contrário do que se afirma o tempo não apaga todas as feridas.
Algumas permanecem ocultas, prestes a reabrir-se ao mais pequeno incidente. Que segredos do passado envenenam o presente e minam o futuro?
Opinião: Sou super fã da Deborah Smith, pelo que este é o quarto livro que leio da autora. Comecei a lê-la numa idade bem tenra, em que “A Doçura da Chuva” me surpreendeu pela profundidade e complexidade das personagens. Depois avancei para “O Café do Amor”, em que uma mulher muito bonita e muito ferida regressava a casa para se reconciliar com a vida. De seguida, e de longe o meu favorito, li “Milagre”, onde a autora criou um amor devastador entre o casal protagonista, das vinhas da Califórnia para uma mansão em França.
E, por fim, li “Segredos do Passado”. Se não tivesse lido os outros, talvez não me tivesse aborrecido tanto com este livro. No topo da pilha, torna-se só “mais do mesmo”, apesar de ter sido escrito antes de alguns deles.
A primeira parte do livro valeu-lhe cinco estrelas. O tecido do passado está imaculado: os traumas a adensarem-se, o desejo de redenção, o jogo de sentimentos entre o orgulho e a vergonha, a necessidade e a resistência, foram-me preciosos. A relação entre a Claire e o Roan nasce numa pequena localidade da Georgia, quase totalmente povoada de imigrantes irlandeses. O modo como a família da personagem principal transpôs as tradições do Éire para este estado americano é muito agradável de ler, através de baptismos de montanhas, festividades e cantorias. A Claire é a menina da vila, filha da família mais influente da região – os que a povoaram e encheram de serviços. O Roan é o filho de um antigo veterano do Vietname, um homem violento e torturado que só sabe azedar-lhe a existência. O modo como duas crianças tão improváveis se unem contra o mundo é enternecedor. O meu coração estive sempre numa montanha russa nessa primeira parte do livro, oscilando entre o horror perante a crueldade e o deleite quando por fim é demonstrado algum carinho para com a criança indigente da cidade.
Na minha opinião, a escritora não soube resumir nem trazer um toque de especial à segunda parte do livro. Não era fácil, uma vez que a primeira foi tão soberba. Ainda assim, a segunda parte é como que um eco da primeira. Não há momentos muito marcantes, não há a picardia das avós da Claire, não há o oscilar de emoções da primeira. Há um reencontro e depois há muita reminiscência. Recordam-se do que passou, do que os afastou, do que gostariam de ter feito no passado. E há uns quantos segredos, mas pulsam mais ou menos à superfície, e depois de os conhecermos andamos várias dezenas de páginas a acompanhar as personagens torturadas, à espera de vê-los revelados a quem de direito.
Achei que o livro peca por cento e cinquenta páginas. Bastavam cerca de trezentas páginas para se cortarem todas as repetições, todas as personagens que nada vêm acrescentar, todas as historietas paralelas que nos afastam do foco principal e nos vão cansando. Demorei imenso tempo a ler o livro – ainda que me importasse de modo genuíno com a Claire e o Roan -, porque quando esperava algo simples vinha mais uma recordação de algo que havia lido há cem páginas atrás. Foi doce e desolador, no início, e depois doce e chato, no fim. No entanto, voltarei sempre a ler Deborah Smith, quem sabe pulando as partes que me cheirarem a palha.
Classificação: 3***/**
Durante vinte anos, Claire procurou o rosto do seu amor de infância por entre a multidão. Durante vinte anos, esperou ansiosamente uma carta e sobressaltou-se a cada toque do telefone. No entanto, quando Roan surge novamente na sua vida, a alegria de Claire não é completa, pois ao contrário do que se afirma o tempo não apaga todas as feridas.
Algumas permanecem ocultas, prestes a reabrir-se ao mais pequeno incidente. Que segredos do passado envenenam o presente e minam o futuro?
Opinião: Sou super fã da Deborah Smith, pelo que este é o quarto livro que leio da autora. Comecei a lê-la numa idade bem tenra, em que “A Doçura da Chuva” me surpreendeu pela profundidade e complexidade das personagens. Depois avancei para “O Café do Amor”, em que uma mulher muito bonita e muito ferida regressava a casa para se reconciliar com a vida. De seguida, e de longe o meu favorito, li “Milagre”, onde a autora criou um amor devastador entre o casal protagonista, das vinhas da Califórnia para uma mansão em França.
E, por fim, li “Segredos do Passado”. Se não tivesse lido os outros, talvez não me tivesse aborrecido tanto com este livro. No topo da pilha, torna-se só “mais do mesmo”, apesar de ter sido escrito antes de alguns deles.
A primeira parte do livro valeu-lhe cinco estrelas. O tecido do passado está imaculado: os traumas a adensarem-se, o desejo de redenção, o jogo de sentimentos entre o orgulho e a vergonha, a necessidade e a resistência, foram-me preciosos. A relação entre a Claire e o Roan nasce numa pequena localidade da Georgia, quase totalmente povoada de imigrantes irlandeses. O modo como a família da personagem principal transpôs as tradições do Éire para este estado americano é muito agradável de ler, através de baptismos de montanhas, festividades e cantorias. A Claire é a menina da vila, filha da família mais influente da região – os que a povoaram e encheram de serviços. O Roan é o filho de um antigo veterano do Vietname, um homem violento e torturado que só sabe azedar-lhe a existência. O modo como duas crianças tão improváveis se unem contra o mundo é enternecedor. O meu coração estive sempre numa montanha russa nessa primeira parte do livro, oscilando entre o horror perante a crueldade e o deleite quando por fim é demonstrado algum carinho para com a criança indigente da cidade.
Na minha opinião, a escritora não soube resumir nem trazer um toque de especial à segunda parte do livro. Não era fácil, uma vez que a primeira foi tão soberba. Ainda assim, a segunda parte é como que um eco da primeira. Não há momentos muito marcantes, não há a picardia das avós da Claire, não há o oscilar de emoções da primeira. Há um reencontro e depois há muita reminiscência. Recordam-se do que passou, do que os afastou, do que gostariam de ter feito no passado. E há uns quantos segredos, mas pulsam mais ou menos à superfície, e depois de os conhecermos andamos várias dezenas de páginas a acompanhar as personagens torturadas, à espera de vê-los revelados a quem de direito.
Achei que o livro peca por cento e cinquenta páginas. Bastavam cerca de trezentas páginas para se cortarem todas as repetições, todas as personagens que nada vêm acrescentar, todas as historietas paralelas que nos afastam do foco principal e nos vão cansando. Demorei imenso tempo a ler o livro – ainda que me importasse de modo genuíno com a Claire e o Roan -, porque quando esperava algo simples vinha mais uma recordação de algo que havia lido há cem páginas atrás. Foi doce e desolador, no início, e depois doce e chato, no fim. No entanto, voltarei sempre a ler Deborah Smith, quem sabe pulando as partes que me cheirarem a palha.
Classificação: 3***/**