Sinopse: «A nação portuguesa é um produto da sua História: isto dá à História de Portugal um valor eminente». É assim que Henry Morse Stephens, docente da Universidade da Califórnia, começa esta obra notável, que em muito contribui para trazer ao conhecimento comum diversos acontecimentos até agora desconhecidos da História de Portugal. Abrange a instauração da nacionalidade, a consolidação do território e da independência, atravessa o período heroico dos Descobrimentos e a criação de um império global, as navegações em África, na Índia, no Próximo Oriente e no Brasil, e culmina no período de declínio, que começa na fatídica batalha de Alcácer Quibir e se prolonga mais ou menos até aos nossos dias, iluminado aqui e ali com alguns lampejos de uma glória fugaz.
Na primeira fase, aliou-se uma força combatente a uma sabedoria administrativa e um tato de governo que granjearam o respeito de toda a Europa. Na segunda, a dos Descobrimentos, a visão estratégica dos principais dirigentes do reino e o insuperável heroísmo dos navegadores trouxeram glória e poder à alma lusa. Finalmente, com a perda da independência e as respetivas consequências, Portugal entra na fase mais negra da sua História. Este é um livro essencial para entender o contexto e os acontecimentos que conferiram ao reino uma individualidade e uma existência nacionais de que justamente se orgulha e para vislumbrar como conseguiu um país tão pequeno erguer o primeiro império global da História.
Opinião: Henry Morse Stephens ilustra, em 308 páginas, como se formou o Reino de Portugal (desde a época em que éramos retalhos na Hispânia), até à falência da monarquia com D. Carlos. Atravessa a fundação do país, escolhendo com tacto os pormenores pertinentes para a construção de um ponto de vista: o de que Portugal, sustentado por um senso de nacionalidade/patriotismo precoce na Europa e no Mundo, é levado pelo povo através dos séculos sem nunca abdicar da sua independência. Mesmo quando interesses de nobres, clero, realeza, comerciantes e soldados se incompatibilizam com a soberania do país, o povo insurgiu-se para manter a sua nacionalidade ao abrigo de outros interesses. E também que Portugal foi, no século XVI, a nação mais rica e poderosa de Europa, e que o restante continente se ia movendo na sua retaguarda. Como o meu curso de Informação Turística me levou a conhecer, ao pormenor, a significância dos grandes monumentos do país (como os Mosteiros de Alcobaça e da Batalha), e ainda a sua História em todos os períodos áureos e de declínio, bem como o modo como tocámos em quase todos os continentes e nações no planeta, considero-me patriota. Ler um livro que expõe, de forma tão concisa e acessível a grandiosidade da odisseia dos Portugueses, nunca poderia resultar em desilusão!
Classificação: 5/5*****
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