sexta-feira, 1 de junho de 2012

#36 GUHRKE, Laura Lee - O Casamento do Ano

Sinopse: Beatrix Danbury sempre teve a certeza de que iria casar com William Mallory. Amava-o desde sempre e nunca duvidou que ele a amasse também. Mas quando Beatrix o obriga a ter de escolher entre uma vida a dois ou o seu sonho de sempre, ele decide-se pela última hipótese... a duas semanas do casamento. O regresso do Duque... William estava certo de que Beatrix o receberia de braços abertos. Os seis anos que haviam passado desde que a deixara, não tinham feito desaparecer o seu amor por ela. O problema é que Beatrix estava prestes a casar-se com outro homem. Alguém previsível e em quem sentia que podia confiar... alguém que era o oposto do seu antigo noivo. Conseguirá William impedir o casamento do ano e ter Beatrix de volta, ou será tarde demais?


Opinião: O mais importante a reter é que, como na grande maioria dos romances, a sinopse dá-se ao trabalho de deturpar a história. Isto é, puxa a brasa no sentido de simplificá-la para questões simples do coração - “William estava certo de que Beatrix o receberia de braços abertos” - bom ele não se ilude, sabe que ela está magoada e ela deixa isso claro desde o primeiro encontro. E também ele não vem por ela - não teve nenhuma epifania no deserto que o trouxesse de volta a casa. Ele vem à procura de soluções para poder prosseguir com o seu sonho... Desenganem-se porque a história é bem mais complexa do que um rapaz egoísta a largar a noiva para ir atrás de algo imprudente... O Will é arqueólogo e está a ajudar Howard Carter a desvendar túmulos no Egipto, numa época em que a Inglaterra se dedicou a “pilhar” o espólio da civilização Egípcia e a despachá-lo para o Reino Unido. É obcecado com o túmulo do Tutankamon e está convencido que vai encontrá-lo. Tanto ele como a Beatrix tem motivos válidos para terem ficado afastados, e a validade inquestionável destes motivos fez-me ler o livro em num record de cinco horas (noite dentro). Ainda são 360 paginazitas, e este não estava planeado para este mês... mas eu sabia que ia amá-lo. Como pontos negativos destaco apenas a repetição constante dos motivos de cada um, quando já era demasiado óbvio para o leitor, já se antecipavam os argumentos e contra-argumentos. Alguns aspectos da revisão deixam a desejar, assim como alguma escolha de vocabulário, mas não é culpa da autora. «Por amor da Santa!», é muito corrente e muito português.
Enfim, em termos históricos está super interessante, uma vez mais o prémio RITA para romance histórico não foi atribuído a uma autora ao acaso. Adorei o facto de que a intimidade do casal não foi o pretexto máximo da obra, como tantas vezes o é neste género de livro. São os sonhos deles que importam, os seus medos, derrotas, impulsos e triunfos, assim como os seus anseios por aventuras, que me enterneceram e puseram desperta a noite toda a ler! E como adoro História - flutuei com as menções ao Expresso do Oriente e ao Vale dos Reis! Apaixonei-me pelos dois; pelo Will e pela Trix, e várias vezes me identifiquei com ambos. Ela quer saltar das rochas para o mar, mas tem medo. O Egipto é o sonho da vida dele e, se ela não está disposta a partilhá-lo com ele... quão grande será a afeição que lhe tem? Valerá a pena desistir de tudo por uma mulher que não está disposta a fazer sacrifícios para ficarem juntos? E ela, que só sonha com uma vida responsável e tradicional, e que sonhou em ser duquesa ao lado dele... porque é que tem que lhe provar que o quer mudando-se para o deserto? Porque é que não pode ser ele a fazer o sacrifício de ficar no local onde cresceram e onde se apaixonaram e onde sempre foram felizes? 
Agora... quem irá ceder?
Classificação: 5*****

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