Sinopse: Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há
alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente
terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu
diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com
Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de
Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.
PERSPICAZ,
ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e
comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando
de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se
vivo e apaixonado.
Opinião: A minha opinião é
ambígua em relação a este livro. Não consegui entender se havia um público a
quem era dirigido e se, havendo, eu me enquadrava nele. Contudo suspeito de
que, se tivesse cinco aninhos a menos, o livro me teria marcado muito mais. Para quem não sabe, esta obra de
ficção envolve a criação de um medicamento que, na realidade não existe, para
prolongar a vida de uma adolescente cujo cancro é incurável. A sua vida é um
mero adiamento de uma morte mais eminente do que a de qualquer mortal. Tem pouca
qualidade de vida mas tem um espírito são, motivado, arguto.
Se é uma obra perspicaz? É,
bastante, é verdade. Arrojada? Pareceu que estava a ler as minhas deixas
inconvenientes nas falas das personagens, chocada com a ousadia do que é dito e
a necessidade que havia de dizê-lo. Cru também. Não posso negar-lhe um 4 pela reflexão que proporciona. Mexe com vida e morte,
prioridades, mesquinhices, receios, indignidades. Mas também senti muito a
presença da idade do escritor no livro. Achei que havia demasiado cuidado com o
que as personagens vestiam e o romance, na minha opinião, foi inevitável entre
dois jovens. Eu não gosto de romances inevitáveis, gosto de romances improváveis. Ainda assim, tem rasgos de
filosofia, acrescenta algo ao leitor, ensina, educa, obriga a pensar. De facto
a segunda parte do livro é a melhor. Estive constantemente à espera que me
arrancassem lágrimas e, quando vieram, nem sequer compreendi muito bem como.
Houve ali uma reviravolta no livro que me pôs a chorar baba e ranho… lá ia eu,
estrada afora, de livro numa mão, lencinho na outra, a ler sobre perda e sobre
consolar alguém que perde alguém. Aprecio bastante o facto de o livro ser pequeno
e, ainda assim, demorei alguns dias a lê-lo porque a primeira parte arrastou-se
sem grande interesse. É Amsterdão que me arrepiou, bem como a revelação que se
segue e, sobretudo, um momento que leva à minha citação favorita. Aconselho a
quem queira reflectir na vida.
Elegia: «Não sou matemática, mas uma coisa eu sei: Entre 0 e 1
existem números infinitos. Existe o 0,1 e o 0,12 e o 1,112 e uma série infinita
de outros. Claro está que existe um maior conjunto infinito de números entre 0
e 2, ou entre 0 e um milhão. Algumas infinidades são maiores do que outras
(...) Quero mais números do que é provável que tenha, e, oh Deus, quero mais
números para o Augustus Waters do que os que ele tem. Mas Gus, meu amor, não te
consigo dizer como estou grata pela nossa pequena infinidade.»
Classificação: 3***
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