Sinopse: Toda a mulher tem os seus prazeres proibidos…Para a delicada e tímida Daphne Wade, o mais apetecível prazer proibido é
observar discretamente o seu patrão, o duque de Tremore, enquanto este trabalha
numa escavação na sua herdade. Daphne foi contratada para restaurar os tesouros
de valor incalculável que Anthony tem estado a desenterrar, mas não é fácil
para uma mulher concentrar-se no seu trabalho quando o seu atraente patrão está
sempre em tronco nu. Apesar dele não reparar nela, quem a pode censurar por,
mesmo assim, se ter apaixonado desesperadamente por ele? Quando a irmã de
Anthony, Viola, decide transformar esta jovem e simples mulher de óculos
dourados numa provocante beldade, ele declara a tarefa impossível. Daphne fica
arrasada quando sabe… mas está determinada a provar que ele está errado. Agora,
uma vigorosa e cativante Daphne sai da sua concha e o feitiço vira-se contra o
feiticeiro. Será que Anthony conseguirá perceber que a mulher dos seus sonhos
esteve sempre ali?
Observação: Esta sinopse é das enganadoras. A Daphne não é delicada tendo
crescido com os beduínos no deserto, e a Viola não a transforma em coisa
alguma! Tem dois dedos de conversa com ela e vai-se embora.
Opinião: Eu
gosto da Laura Lee Guhrke, as personagens dela têm alma e dinamismo. Sofrem
dos mesmos problemas que o comum dos mortais e são enternecedoras. A Daphne
não é exactamente bonita, nem tem dinheiro, o que é um problemão mas, em
compensação, cresceu no deserto do Sahara, andou pela Palestina, por Creta e
pelo Egipto, fez férias em Roma e Nápoles e tudo isso contribuiu para que
fosse a criatura viva mais apta para ajudar o Duque de Tremore a inaugurar o
seu museu de Arqueologia. A descoberta de ruínas romanas na sua propriedade
em Inglaterra constitui a maior paixão a que o duque se permite. Enquanto ela
restaura mosaicos e ânforas, ele tira a camisa e vai escavando com os outros
trabalhadores. Por detrás do avental de tela e dos óculos de aros dourados,
ela observa-o, sonha com ele e desenha-o incontáveis vezes, sem nunca se
atrever a almejar alguém tão importante para si. A paixão platónica de Daphne correu rela tivamente
bem, até que a irmã de Anthony surge e o obriga a reparar na rapariga. A
troca de palavras entre irmãos, a seu respeito, deita a auto-estima de Daphne
por terra. Ao contrário do que a sinopse promete, a Viola (irmã do duque) não
lhe ensina coisa alguma nem a veste de princesa. A mudança que se dá em
Daphne para que ele comece a reparar nela é simples: ela já não o quer,
foi-se o enamoramento. Como consequência acaba-se-lhe a polidez e passa a
responder-lhe à letra. A modos que ele gosta de ser desafiado e a troca
constante de farpas leva à atracção e etc., etc. Não é um enredo original,
mas gosto do apontamento de Arqueologia e adorei a questão da linguagem das
flores. Ou seja, na época vitoriana, uma senhora lançou um livro com o
significado de cada flor. Os amantes enviavam-sebouquets completos
e liam-nos como que a uma carta. Gardénias: amor secreto,
inconfessado, outras flores significam prisão, fidelidade e, tudo
culmina, claro, numa rosa. Confesso, contudo, que pulei ali umas quantas
páginas pelo meio. Quando não estavam juntos, eu quase adormecia (mas era
realmente tarde, a ansiedade é que me obrigou a terminá-lo). Ainda
assim, é um romance com bons alicerces e a pesquisa histórica foi feita.
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Classificação: 4,5****/*
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