Sinopse: Obra incluída no Plano Nacional de Leitura (LER+)
"Papalagui é um humilde contributo a respeito da natureza humana e da busca da felicidade que continua a tocar milhões de pessoas em todo o mundo.
Este livro resulta de uma coletânea de textos escritos por Tuiavii, chefe da tribo samoana de Tiavéa, e dados a conhecer ao ocidente em 1920 por Erich Scheurmann, que com ele conviveu naquela ilha do Pacífico Sul.
Escrito de uma forma simples e honesta – fruto de uma capacidade de observação sem igual–, oferece‐nos um relato impressionante e sincero a respeito da civilização ocidental.
Depois de uma visita à Europa, Tuiavii regressa à sua ilha natal e escreve vários discursos com a finalidade de dar a conhecer ao seu povo os usos e costumes da sociedade ocidental.
Pleno de verdade e com salpicos de humor, Tuiavii descreve ao seu povo a vida dos Papalagui (os ocidentais), narrando os seus hábitos, sensibilidades e maneiras de pensar, obstinados com a necessidade de possuir riqueza e bens materiais, cheios de ilusões e arrogância perante a natureza, mas carentes de afectos, sabedoria e verdadeira felicidade.
Oferece-nos uma visão cheia de amor e sabedoria que nos mostra como o dinheiro, o egoísmo, a produção e o consumo maciços de bens de que não necessitamos nos levaram ao individualismo, à falta de tempo e ao esgotamento dos recursos da Terra."
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Gostei sobretudo da conclusão, em que o chefe pede aos da sua tribo que virem as costas à escuridão, à insatisfação e às mentiras do homem branco, que prega amor, irmandade, cooperação. Informa-os de que, na realidade, o depôr das armas a que convenceu este povo é uma mera manobra de se aproximar e de os influenciar porque, na realidade, o Papalagui está armado até aos dentes a destruir o seu irmão Europa fora (I Guerra Mundial).
É o testemunho e um apelo de um líder que identifica as ameaças da sociedade ocidental, os seus vícios e fraquezas, e que suplica ao seu povo para que este dê valor à simplicidade com que vive; sem sobressaltos de maior, em plena harmonia e cumplicidade.
«O Papalagui quer sempre chegar depressa ao destino das suas viagens. A maioria das suas máquinas tem o único propósito de transportar pessoas rapidamente; mas logo que chega ao fim do caminho quer de imediato enveredar por outro. E assim o Papalagui apressa-se pela vida sem descanso, perdendo cada vez mais a capacidade de caminhar ou correr, e sempre sem alcançar o seu destino; o destino que vem ter connosco sem que o procuremos».
Classificação: 4****
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