Sinopse: Desde que o seu
casamento de vinte anos terminou, David é um homem solitário. É no stand
de automóveis que dirige que afoga as memórias do passado e a solidão
do presente. Afastado de casa e dos filhos, é obrigado a gerir sozinho
as acções e as escolhas que fez ao longo da vida, nas quais Diana, uma
amiga de infância que considera irmã, tem um papel fundamental. Diana é o
seu porto de abrigo e o seu braço direito, mas foi mais do que isso
durante o seu casamento agora destruído.
A afinidade entre David e Diana, também divorciada, é quebrada pela chegada de uma mulher ruiva que revela muito pouco de si própria. Laura é atraente e misteriosa, e a atracção entre si e David é mútua e intensa. Será ela a mulher doce e simples que aparenta ser? Entre a joalharia e o stand, passa a alternar-se a languidez dos dias com a turbulência das noites e David acaba por se embrenhar num mundo perigoso de segredos, mentiras e traições. Dividido entre duas mulheres, estará David a encaminhar-se para o fundo do abismo?
A afinidade entre David e Diana, também divorciada, é quebrada pela chegada de uma mulher ruiva que revela muito pouco de si própria. Laura é atraente e misteriosa, e a atracção entre si e David é mútua e intensa. Será ela a mulher doce e simples que aparenta ser? Entre a joalharia e o stand, passa a alternar-se a languidez dos dias com a turbulência das noites e David acaba por se embrenhar num mundo perigoso de segredos, mentiras e traições. Dividido entre duas mulheres, estará David a encaminhar-se para o fundo do abismo?
Opinião: Na realidade, 3,5. Já devo esta review à Carina há
imenso tempo, e finalmente reencontrei o livro dela, peguei no touro pelos
cornos e acabei-o. É importante ter em conta o enorme potencial desta
escritora, bem como a sensibilidade que imprime às suas personagens. O ponto
forte da Carina são, sem sombra de dúvida, os diálogos. Coisas que escritores
como a MRP constroem banais, o TR sem alma nem sal e o PCF cria sem qualquer
nexo, só pelo absurdo de cuspir palavras para o papel. A Carina dá muito ritmo
ao livro com os diálogos, são realistas e fluidos e por isso merece os meus
parabéns. Não é fácil para um escritor expandir-se, dar vida a
outras almas. E a Carina cria personagens sólidas e credíveis, embora sempre
atormentadas por dilemas interiores e demasiado rápidas a dar-se. Gostaria de
vê-las mais concisas, mais resistentes à mudança e não tão permeáveis aos
sentimentos. Quanto ao enredo, está bem conseguido, entendo o
dilema da personagem principal, o David, mas não gostei de duas coisas: 1) não
consegui simpatizar com ele de modo algum, nem jamais me apaixonaria por ele.
2) a confusão de sentimentos que nutre quanto à Laura e à Diana é pouco
dignificante para elas e peca na construção dele como personagem, porque tanta
divisão causa-lhe fraqueza de carácter. Achei que o timming do livro também é
muito apressado, pelo que temos (leitor) pouco tempo para interiorizar as
emoções das personagens. De resto, quanto à Carina, só vejo espaço para
crescer e, a seu devido tempo (e o próximo passo está dado) tem todas as
capacidades para se tornar a nova escritora favorita de muitos portugueses. Sem
falar que é uma Nicholas Sparks de qualidade nacional!
Classificação: 3***
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