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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

#72 KEATING, Barbara & Stephanie, Luz Efémera


Sinopse: Em crianças, Hannah, Sarah e Camilla tornaram-se irmãs de sangue. Com o passar dos anos, conseguirá esta aliança manter-se inquebrável? 
 Hannah e o marido são donos da fazenda Langani e do Safari Lodge. Juntos, lutam para preservar a vida selvagem e as suas terras, ameaçadas por caçadores furtivos e funcionários governamentais corruptos. Contudo, vai ser a relação entre a filha de ambos e um rapaz africano a constituir o verdadeiro teste à união familiar. Por seu lado, Sarah é uma reputada fotógrafa e investigadora da vida animal. A morte do seu amor de infância marcou com violência a sua entrada na idade adulta; tantos anos depois, procura ainda recuperar a inocência perdida. Camilla conseguiu vingar no exigente mundo da moda e parece estar prestes a viver plenamente o seu grande amor ao lado do carismático guia de safáris Anthony Chapman. Mas uma triste reviravolta ensombra a vida de ambos e ameaça agora estilhaçar os sonhos que em tempos partilharam.
 Passado nas regiões selvagens e imprevisíveis do Quénia, Luz Efémera é uma história de coragem, amizade, traição e sacrifício redentor.
  
Opinião: Comprei o Irmãs de Sangue em 2009, na Feira do Livro. Li as primeiras 600 páginas deste primeiro volume num sopro, desconcertada com tanta beleza. O Quénia - Nairobi, os safaris, a fazenda Langani - são cenários de cortar a respiração e, mesmo "lido", causa impacto se soltarmos a imaginação e estivermos receptivos. Nesse ponto algo horrível aconteceu e magoou-me tanto que fechei o livro, emocionalmente exausta. Dois anos depois peguei-lhe e sorvi as últimas 60 páginas. Chorei e sorri. Sim, o livro ainda tinha esse poder sobre mim. Li o segundo o ano passado, tendo investido nos outros dois volumes ao descobrir que se tratava de uma trilogia. Fui ao ponto de vender o meu 1º volume e re-comprá-lo novo para que a capa fizesse "pandan" com os irmãos na prateleira. Sim, isto expressa o quanto esta trilogia mexeu comigo. Os cenários em África, a História de África, um pouco também de todo o Império Britânico na segunda metade do século XX (em que sucumbiu) encantou-me desde o primeiro parágrafo.

Este discurso continuaria assim se, a cada novo parágrafo que lia deste último livro o meu encanto não fosse esmorecendo. Pôs-me, inclusive, a pensar no rumo e no ritmo dos volumes anteriores. Apesar de todas as "falhas" que lhe apontarei abaixo, porque no final elas sobrepuseram-se ao enredo que tanto me havia apaixonado, são livros para ser lidos e vividos. Esqueçam tudo e foquem-se na beleza de África, e eles valerão a pena.

Neste terceiro volume resolveram-se crises e problemas que se arrastaram desde o segundo. Infelizmente, as personagens principais decepcionaram-me todas, sem excepção. As três irmãs de sangue estão a crescer e a emburrecer. Mais intolerantes, mais histéricas, mais dramáticas, menos práticas, mais emotivas, mais briguentas, mimadas e por vezes até ridículas. Os alvos principais dos seus rancores e mal humores são, como não poderia deixar de ser, primeiro os maridos e depois, quando a comunicação com eles já está quebrada - porque de súbito tanto a Sarah como a Hannah parecem ter a idade mental de 12 anos - viram-se para os filhos (caso da Hannah) e outras amigas (caso da Sarah, que se mete numa briga enorme com a Camilla). Foi para mim incomodativo observar pessoas que haviam passado por tanto e que supostamente tinham crescido a comportarem-se como a minha irmã adolescente (felizmente as crises já lhe passaram) e a dizer atrocidades que magoavam os maridos que, quanto mais as aturavam, mais eu gostava deles. O Lars e o Rabrindrah merecem um altar.
A Suniva foi a minha personagem favorita neste livro, juntamente com o James. Ambos personificam um amor sólido e inabalável e ambos lutam e abdicam do que for preciso em nome dessa ligação. São o espelho inverso da relação dos pais da Suniva, que parece degradada ao ponto de um deles quase se suicidar. O James também foi muito benéfico para o enredo deste último livro, pena que ambos não tivessem tido mais protagonismo.
A Camilla cresce finalmente. Por muito que tenha sido sempre a "irmã" que me aborrecia mais, neste livro é um sopro de equilíbrio e ar fresco. É abnegada e confiante (sem grandes crises existenciais, como as outras), prática e assertiva. Finalmente concretiza o seu grande amor com o Anthony (como a própria sinopse revela) e dedica-se-lhe a cem por cento. Fora um acto que lhe condeno, mas que ela própria também se condena, só precisava de mais sal para ter roubado a cena por completo.
A Hannah irritou-me sobremaneira no livro anterior. Quis esbofeteá-la umas quantas vezes. Neste livro detestei-a ainda mais, tornou-se, a meus olhos, uma vilã. Tiraniza o marido, negligencia a Suniva em prol do Piet, é amarga para com o James e hostiliza os sogros que são pessoas amorosas. Sem mencionar que é a sombra principal sobre o amor da Suniva e do James, só por aí bastaria.
A Sarah enojou-me. Sempre foi, para mim, a personagem mais fiel a si mesma e mais sentimental. Mas neste livro tem uma fraqueza que, noutra personagem, associaria à natureza humana. Nela soa-me a inconsistência do autor. Pareceu-me a Hannah em demasiados pontos, e acreditem que a Hannah é detestável. É inflexível para com um marido admirável, está obcecada com ter um filho e neurótica. Mas há algo que ela faz que me fez perder toda a fé nela, bem como parar de lhe desejar um final feliz.
O livro tem c. 750 páginas. Na página 690 as cenas começam a atropelar-se. Cinco anos passam, depois dez. Pessoas morrem, aparecem com filhos, mudam de país, entregam casas, fogem de casa, pedem outras em casamento. Num livro tão grande onde se enrolou tanto - houve momentos em que a observações das chitas me fazia pensar num domingo de manhã a ver os documentários da BBC - e onde se deu tanta importância a insignificâncias, não podiam ter caprichado um bocadinho mais nestes desenvolvimentos finais?
A trilogia não foi encerrada com chave de ouro. As personagens estavam, por vezes, irreconhecíveis. Há diálogos - personagens, até - situações e crises pointless, que vêm do nada e desaparecem no nada, sem nada acrescentarem ao romance. Confesso que pulei muitos parágrafos na leitura, já estava francamente exausta.

Vale a pena lerem porque o enredo, o fio condutor da história, é flawless. É a consistência das personagens, o ritmo e o conteúdo, o modo como a história nos vai sendo estendida, ora numa lentidão agonizante ora tão rápida que ficamos "what the hell?", que não funcionou.
Classificação: 3***/*

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

#59 KEATING, Barbara & Stephanie - Um Fogo Eterno

Sinopse: Hannah, Sarah e Camilla partilharam uma infância mágica e feliz no Quénia. Anos depois, as três jovens mulheres regressam às terras altas da África Oriental e àquele que é agora um país independente. Hannah luta para preservar a sua memória na fazenda Langani, alvo de uma série de ataques violentos que ameaçam a sua segurança e casamento. Sarah está a estudar o comportamento dos elefantes numa zona perigosa devido à acção de caçadores furtivos, refugiando-se no trabalho para superar a morte do seu amor de infância. Camilla, um ícone mundial da moda, abandona a sua carreira em Londres e regressa ao Quénia por amor a um carismático caçador e guia de safáris. Mas um segredo paira sobre elas. Com a ajuda de um ambicioso jornalista indiano, elas vão desvendar a verdade por detrás da morte do noivo de Sarah e dos constantes ataques à fazenda e às suas vidas. As paixões e provações por que passam estas inesquecíveis heroínas, unidas uma vez mais pela amizade e pelo amor ao país das suas infâncias, fazem de Um Fogo Eterno um romance épico e magnífico.

Opinião: Opinião: Conheci a Camilla, a Sarah e a Hannah em Irmãs de Sangue, um livro que adquiri em 2010 (se a memória não me falha), porque a sinopse continha uma promessa de África e porque era apaixonada por livros grandes. Digo “era” porque o tempo para livros grandes, ultimamente, não tem abundado. A prova disso é a hora em que escrevo esta crítica – ou, aliás, partilha de opinião. Na altura, deixei o livro a sessenta páginas do fim. Aconteceu algo que me magoou de tal modo que tive de pôr o livro de lado. Não conseguia digerir a intensidade dos acontecimentos. Neste ano, ou seja, dois anos depois, lancei-me a essas últimas sessenta páginas quando me dei conta de que se tratava de uma trilogia. Mesmo sem me recordar dos nomes das personagens à primeira e de todos os acontecimentos, chorei baba e ranho. Dois anos depois e contactando apenas com sessenta páginas.
Bom, o Um Fogo Eterno arrancou-me o mesmo. Tive de disfarçar as lágrimas. Só agora me dei conta de que chove, porque eu cheguei agora mesmo de Naibori. África está resplandecente mas, infelizmente, quente demais. Confusa demais. Violenta demais. A acção tem lugar entre 1966, momento pouco depois do término do volume I, e 1970. Até, sensivelmente, à página 250 não senti grande entusiasmo pela obra, fora África, claro. Fora os elefantes, as hienas e os crocodilos. Além do mais havia muitas desgraças a suceder desde o primeiro livro e, até aqui, injustificadas. Muita violência gratuita que, a partir da página 300 começa a resolver-se de um modo arrebatador. Lia 100, 160 páginas por dia, tão absorta que estava nesta obra sem igual. Todas as personagens são multifacetadas. A Hannah está impossível neste volume, a tentar manter a família à tona enquanto o logde e Langani são constantemente atacados. O Lars é o marido ideal, firme e brusco quando é necessário. A Camilla continua demasiado silenciosa e independente, pouco dada a explicações. A história dela com o Anthony, o guia de safaris, arrasta-se interminavelmente porque o tipo é um mulherengo de primeira, por muito que a ame. Simultaneamente a relação está bem retratada porque existem, de facto, muitas ligações dessa natureza a suceder na vida real. Quanto à Sarah continua a minha favorita. No primeiro volume viveu um grande amor com o Piet, irmão da Sarah e sofreu um choque tremendo e uma perda arrasadora. Neste segundo volume surge outro homem inteligente e determinado. Vamos lá ver o que o jornalista indiano consegue dela… Devo confessar que o Rabindrah é das minhas personagens favoritas.
Lamento a lentidão das últimas cem páginas, poderia estar tudo resumido a menos. Houve uma cena marcante na prisão que me pôs a pingar lágrimas. O conflito interior foi tão intenso que eu senti-me lá, a tomar decisões pelas personagens. Em geral o livro está muito bem encaixilhado – pena o ritmo por vezes lento – e as personagens são muito humanas e volúveis. Aprendem-se boas lições, até porque são todos tão francos que as censuras voam.
Não sei bem o que esperar do terceiro, mas também tinha julgado que tudo se tinha encerrado no primeiro e parece-me que gostei ainda mais deste volume.

Li algures que só aqueles que têm ligação a África sentem realmente interesse por este livro. Não sei se é do meu avô angolano cor de carvão mas… eu senti o chamamento de África, tão forte e oportuno como sempre.
Classificação: 5*****

terça-feira, 1 de maio de 2012

#28 KEATING, Barbara e Stephanie - Irmãs de Sangue

Sinopse: Quénia, 1957. Durante a infância, três meninas de meios sociais muito diferentes tornam-se irmãs de sangue: a irlandesa Sarah Mackay, a africânder Hannah van der Beer e a britânica Camilla Broughton-Smith juram que nada nem ninguém quebrará o laço que as une. Mas o que o futuro lhes reserva vai pôr à prova os seus sonhos e certezas. Separadas pela distância e pelas obrigações familiares, as três jovens são atiradas para um mundo de interesses em conflito. Camilla alcança o sucesso como modelo na animada Londres da década de 1960; Sarah Mackay é enviada para a universidade na sua Irlanda natal, uma experiência penosa que apenas fortalece a sua determinação de voltar para África; e a família de Hannah Van der Beer esforça-se para manter a fazenda que os seus antepassados africânderes erigiram na viragem do século. Os seus laços serão constantemente postos à prova e, a par do exotismo de África, a sua amizade será pano de fundo para interesses amorosos cruzados e promessas quebradas.

Opinião: Comecei a ler este livro há anos atrás. Se não me engano, comprei-o na feira do livro de 2010. Portanto comecei a lê-lo aí, em Maio de 2010. Tem 670 páginas e devorei 600 delas num instante. Não posso dizer que me recordo de todos os pormenores da história, mas recordo-me dos núcleos centrais, da Hannah, da Sarah e da Camilla. Das vidas e das angústias de cada uma. Recordo-me de que a Sarah foi sempre apaixonada pelo irmão da Hannah, o Piet, e que o Piet foi sempre um capacho da Camilla (até certo ponto). Depois recordo-me de que a Camilla era apaixonada por um homem da savana que combate caçadores ilegais, o Anthony, e que este Anthony é um mulherengo. E lembro-me das tradições africanas, deste Quénia dos anos 60, quando a Inglaterra finalmente recua e o país fica entregue a si próprio. Recordava-me das violências raciais e do medo e das atrocidades que foram pautando as vidas daquelas três amigas.


Hoje, 01 de Maio de 2012, peguei nas últimas 70 páginas e li-as de enfiada. Recordei-me do sentimento geral do livro - tão humano. Da história de África, do seu perfume, tão bem transmitido nestas linhas... Não sei se é de África - que sempre me chamou através do meu avô materno - ou se é do talento inegável destas duas irmãs e autoras, mas o que é certo é que há meses que não chorava ao ler um livro, e quando dei por mim, estas 70 páginas renascidas de outras 600 lidas em 2010 levaram a lágrimas involuntárias. Levaram a um sentimento de saudade e melancolia e pertença. E fiquei ansiosa por ler os próximos desta trilogia, por muito maçudos que sejam!
Classificação: 5*****