Sinopse: Hannah, Sarah e Camilla partilharam uma infância mágica e feliz no Quénia. Anos depois, as três jovens mulheres regressam às terras altas da África Oriental e àquele que é agora um país independente. Hannah luta para preservar a sua memória na fazenda Langani, alvo de uma série de ataques violentos que ameaçam a sua segurança e casamento. Sarah está a estudar o comportamento dos elefantes numa zona perigosa devido à acção de caçadores furtivos, refugiando-se no trabalho para superar a morte do seu amor de infância. Camilla, um ícone mundial da moda, abandona a sua carreira em Londres e regressa ao Quénia por amor a um carismático caçador e guia de safáris. Mas um segredo paira sobre elas. Com a ajuda de um ambicioso jornalista indiano, elas vão desvendar a verdade por detrás da morte do noivo de Sarah e dos constantes ataques à fazenda e às suas vidas. As paixões e provações por que passam estas inesquecíveis heroínas, unidas uma vez mais pela amizade e pelo amor ao país das suas infâncias, fazem de Um Fogo Eterno um romance épico e magnífico.
Opinião: Opinião: Conheci a Camilla, a
Sarah e a Hannah em Irmãs de Sangue,
um livro que adquiri em 2010 (se a memória não me falha), porque a sinopse
continha uma promessa de África e porque era apaixonada por livros grandes.
Digo “era” porque o tempo para livros grandes, ultimamente, não tem abundado. A
prova disso é a hora em que escrevo esta crítica – ou, aliás, partilha de
opinião. Na altura, deixei o livro a sessenta páginas do fim. Aconteceu algo
que me magoou de tal modo que tive de pôr o livro de lado. Não conseguia
digerir a intensidade dos acontecimentos. Neste ano, ou seja, dois anos depois,
lancei-me a essas últimas sessenta páginas quando me dei conta de que se
tratava de uma trilogia. Mesmo sem me recordar dos nomes das personagens à
primeira e de todos os acontecimentos, chorei baba e ranho. Dois anos depois e
contactando apenas com sessenta páginas.
Bom, o Um Fogo Eterno arrancou-me o mesmo. Tive de disfarçar as lágrimas.
Só agora me dei conta de que chove, porque eu cheguei agora mesmo de Naibori.
África está resplandecente mas, infelizmente, quente demais. Confusa demais. Violenta
demais. A acção tem lugar entre 1966, momento pouco depois do término do volume
I, e 1970. Até, sensivelmente, à página 250 não senti grande entusiasmo pela
obra, fora África, claro. Fora os elefantes, as hienas e os crocodilos. Além do
mais havia muitas desgraças a suceder desde o primeiro livro e, até aqui,
injustificadas. Muita violência gratuita que, a partir da página 300 começa a
resolver-se de um modo arrebatador. Lia 100, 160 páginas por dia, tão absorta
que estava nesta obra sem igual. Todas as personagens são multifacetadas. A
Hannah está impossível neste volume, a tentar manter a família à tona enquanto
o logde e Langani são constantemente
atacados. O Lars é o marido ideal, firme e brusco quando é necessário. A
Camilla continua demasiado silenciosa e independente, pouco dada a explicações.
A história dela com o Anthony, o guia de safaris, arrasta-se interminavelmente
porque o tipo é um mulherengo de primeira, por muito que a ame. Simultaneamente
a relação está bem retratada porque existem, de facto, muitas ligações dessa
natureza a suceder na vida real. Quanto à Sarah continua a minha favorita. No
primeiro volume viveu um grande amor com o Piet, irmão da Sarah e sofreu um choque
tremendo e uma perda arrasadora. Neste segundo volume surge outro homem
inteligente e determinado. Vamos lá ver o que o jornalista indiano consegue
dela… Devo confessar que o Rabindrah é das minhas personagens favoritas.
Lamento a lentidão das últimas
cem páginas, poderia estar tudo resumido a menos. Houve uma cena marcante na
prisão que me pôs a pingar lágrimas. O conflito interior foi tão intenso que eu
senti-me lá, a tomar decisões pelas personagens. Em geral o livro está muito
bem encaixilhado – pena o ritmo por vezes lento – e as personagens são muito
humanas e volúveis. Aprendem-se boas lições, até porque são todos tão francos
que as censuras voam.
Não sei bem o que esperar do
terceiro, mas também tinha julgado que tudo se tinha encerrado no primeiro e
parece-me que gostei ainda mais deste volume.
Li algures que só aqueles que
têm ligação a África sentem realmente interesse por este livro. Não sei se é do
meu avô angolano cor de carvão mas… eu senti o chamamento de África, tão forte
e oportuno como sempre.
Classificação: 5*****
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