Sinopse: Através das cartas que escrevem uma à outra, duas irmãs negras americanas
falam das suas vivências pessoais, dos seus dramas, mas também das suas
alegrias, na época que separou as duas guerras mundiais. Obra vigorosa - que
levou alguns críticos a comparar Alice Walker com Faulkner - este romance valeu
à autora, negra também ela, os dois prémios máximos da literatura
norte-americana de ficção em 1983: o Pulitzer e o American Book Award. E deste romance fez Steven Spielberg um filme
admirável.
Opinião: Li este livro em Junho de 2006, da última vez que fui à aldeia da minha
tia, com 16 anos. É, em parte, devido ao calor das tardes lânguidas que passei
a ler, no pátio, que trago lembranças tão boas desta aldeiazinha. O livro é um
relato em primeira mão da vida de uma negra no início do séc. XX na América do
Norte, e é surreal. Ganhou, inclusive, um Pulitzer. É surreal que, no início do
século passado, ainda houvesse segregação. Ainda se tratassem os negros abaixo
de cão. É surreal que fosse permitido que a personagem principal, a Celie,
fosse arrastada ao sabor das vontades do pai e do marido. Fosse obrigada a
abdicar de duas crianças. Fosse obrigada a viver aterrorizada com os humores do
marido e humilhada pelo seu amor à famosa cantora negra Shug Avery que, a seu
tempo, se torna na melhor amiga de Celie. É um conto ingénuo sobre uma mulher
negra no entre-guerras, tantas vezes comovedor, de uma feminilidade tocante e
uma mostra inegável do talento da senhora Walker.
Classificação: 5*****
Sem comentários:
Enviar um comentário