Sinopse: Pouco depois das doze batidas da meia-noite, um nevão obriga
o Expresso do Oriente a parar. Para aquela época do ano, o luxuoso comboio
estava surpreendentemente cheio de passageiros. Só que pela manhã havia, vivo,
um passageiro a menos. Um homem de negócios americano jazia no seu
compartimento, apunhalado até à morte. Poirot aceita o caso,
aparentemente fácil, que acaba por se revelar um dos mais surpreendentes de
toda a sua carreira. É que existem pistas (muitas!), existem suspeitos
(muitos!), sendo que todos eles estão circunscritos ao universo dos passageiros
da carruagem. Para ajudar às investigações, o morto é reconhecido como sendo o
autor de um dos crimes mais hediondos do século. Com a tensão a aumentar
perigosamente, Poirot acaba por esclarecer o caso…de uma maneira a todos os
títulos surpreendente!
Opinião: Nunca tive especial predilecção por
policiais/livros de mistério. Gosto de um segredo bem guardado, ou de algo tão
cativante quanto os dilemas da Religião, da História e da Ciência, mas não sou
fã deste género de livros. Conheci o Hercule Poirot, a tão famosa personagem da
Agatha Christie, nesta obra de renome internacional, e fiquei… como colocá-lo?
Desapontada. Será exagerado dizer que, por muito “brilhante”, e eu diria antes “lógica”,
que seja a sua mente… o homem é um cretino arrogante e pomposo? Detestei os
modos altivos dele, a sua astúcia pretensiosa… enfim. Tê-lo-ia perdoado, se a
Agatha Christie não fosse, ela própria, tão metódica na construção do livro. Os
capítulos são pequenos e, por este motivo, muito fáceis de ler. Mas senti que a
obra estava dissecada. Facilmente teria sido montada aos poucos, o que rouba um
pouco da beleza à orquestração… É tudo muito frio e calculado e, se não fosse a
solução do mistério ser tão inesperada e tocar-me particularmente, devido a um
caso verídico que se torna o centro do enigma, não teria passado de um 3 muito
pouco sólido. Ainda assim, atribuo um 3,5 arredondado para 4, pelo simples
motivo de que algumas das personagens são amorosas, bem conseguidas, outras
ásperas e intrigantes. Curiosamente, é o próprio Poirot que se dilui no enredo,
na minha modesta opinião. É ele que fica renegado para segundo plano enquanto
absorvia as histórias das viagens anteriores dos passageiros e ouvia falar da
conjuntura mundial nesse início do séc. XX, no modo como as nações se encaravam
mutuamente, na História recente do nosso Velho Continente a partir de Istambul
que, a partir de agora, será recordada como a fronteira entre estes dois
mundos, estas duas mentalidades.
Fiquei com pouca vontade de voltar a ler Agatha
Christie… mas talvez eu tenha pegado pelo caso errado...
Classificação: 3,5***/*
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