sexta-feira, 5 de outubro de 2012

#55 CABOT, Patricia - Rosa Selvagem


Sinopse: Como nunca houvera uma mulher que não conseguisse encantar, Edward tinha a certeza de que iria conquistá-la. Mas Pegeen MacDougal não era nem velha, nem criança - era muito mulher, com uma língua aguçada, uns olhos verdes de levar ao inferno e uma sensualidade que o deixava doente. Infelizmente, ela desprezava-o, assim como à ostentação da sua classe social e à falta de consideração que mostravam pelos menos afortunados. Mas, pelo bem do seu sobrinho Jeremy, Pegeen concordou que ambos se mudariam para a propriedade de Edward. O risco tornou-se rapidamente aparente. Pois ela sabia que podia resistir ao dinheiro de Edward, ao seu poder, à sua posição... a todo o seu mundo. No entanto, era o seu beijo que prometia ser a sua destruição.

Opinião: Este foi o primeiro romance que li deste género. Ou seja, o primeiro livro em que factos históricos, romance tradicional (a importância do casamento, dos bons costumes, da virgindade e essas coisas todas) e uma panóplia de outros ingredientes que, tendo lido entretanto mais 100 ou 200 livros do género, parecem estar sempre presentes em todos. Na altura tudo me pareceu estupidamente romântico... com a rapariguinha que poderia ser facilmente interpretada por uma Adriana Esteves tapeadora e o rapazinho como um autêntico Apolo...

Agora, lendo-o alguns anos depois e em Português correcto, sou obrigada a baixar consideravelmente o meu apreço por ele. Atribuo-lhe 3/5* apenas devido à personagem masculina: o Edward Rawlings está soberbamente criado. Mas a Pegeen? Por ela daria 1/5* ao romance. Ela é vazia, demasiado ruidosa e irritantemente dita “rebelde”. Que é como quem diz que, nas primeiras 50 páginas do livro ela é cheia de ideais; condena o casamento, condena a aristocracia, condena aqueles que não ajudam os pobres e vivem do ócio. Ao fim disso é levada para uma mansão senhorial na qualidade de tia do futuro duque e, rapidamente, abraça tudo isto e não volta a fazer discursos a esse respeito. Isto seria perdoável se ela não fosse tão efusiva a esse respeito no início. Aliás, chega a desprezar aquilo que foi com os inúmeros suspiros em relação ao facto de nunca mais vir a ter de se preocupar com nada. Mas não é só nisto que a personagem falha. Também em relação ao Edward… ora está a esbofeteá-lo ora está enrolada na cama com ele. Quem é como quem diz que vai de um extremo ao outro, o que até teria uma certa piada se o livro não carregasse uma certa carga dramática que não condiz com isto. Se houvesse as piadas da Julia Quinn a pautá-lo… Além do mais parece estar constantemente nua. Camisola de noite transparente, um puxão e o decote do vestido cede, está no quarto de robe revelador, etc… senti-me meio estupidificada pelo facto de a autora não ter dado grande credibilidade à relação deles. Não se entende o que é que ele vê nela... aliás, parece-me que é a cintura que, de tão fina, vem inumeras vezes mencionada... ou, talvez, os olhos verdes da moça.
De histórico não tem nada: se ela não usasse vestidos compridos (muito decotados) eu nem me lembraria que é um romance de época. 

Enfim, valham-me a Sherry Thomas que tanto adoro, a Lisa Kleypas e as suas Wallflowers, a Laura Lee Guhrke e os seus enredos bem estruturados e a Julia Quinn e o bom humor das personagens…! Por esta Cabot e pela Madeline Hunter já me tinha reformado deste género.

Classificação: 3***

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