Notas
e documentos para o 1809:
Decreto do Conselho de Guerra de 11 de Dezembro de
1808
“Sendo a defeza da
Patria o primeiro dever que a honra, a razão, e a mesma natureza impõe a todos
os homens quando huma Nação barbara, desprezando os direitos mais sagrados que
no mundo se conhecem, intenta reduzillos á escravidão, roubando as suas propriedades,
destruindo a sua religião, violando os seus templos, e cometendo as maiores
atrocidades (…) sem que tenham os seus habitantes outro algum meio de evitar os
horrores a que se vem expostos (…) sou servido determinar, que toda a Nação
Portuguesa se arme pelo modo que a cada hum for possível: que todos os homens,
sem excepção de pessoa, ou classe, tenhão huma espingarda, ou pique com ponta
de ferro de doze a treze palmos de comprido, e todas as mais armas que as suas
possibilidades permitirem. Que todas as cidades, Villas e povoações consideráveis
se fortifiquem tapando as entradas e ruas principais com dous, três e mais
travezes, para que, reunindo-se aos seus habitantes todos os moradores dos
Lugares, Aldêas, e Casaes vizinhos, se defendão alli vigorosamente quando o
inimigo se apresente (...)”
E Soult acrescentaria mais tarde “Tive de me
defrontar com uma nação inteira. Todos os habitantes, homens, mulheres, crianças,
velhos e padres, estavam em armas, as aldeias abandonadas, os desfiladeiros
emboscados. Fanáticos precipitavam-se contra as colunas francesas, onde
encontravam a morte”
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