Classificação: 4****/*
Sinopse: Laura Farleigh precisava de um marido. Se quisesse manter um teto sobre a cabeça dos irmãos, a orgulhosa filha do reitor teria de casar até ao dia do seu vigésimo primeiro aniversário. Ao encontrar inconsciente na floresta um misterioso desconhecido de rosto angelical e corpo de Adónis, que não se lembrava do nome e do passado, decide reclamá-lo como seu. Mal sabia ela que aquele anjo caído era afinal um demónio disfarçado. Sterling Harlow, o famoso devasso conhecido como o «Demónio de Devonbrooke», acorda com o beijo encantador de uma formosa jovem que lhe confessa ser ele o seu prometido. Com as faces beijadas pelo sol e sardentas, Laura é uma jovem inocente apesar do encanto feminino das suas curvas. Quando lhe garante ser ele um perfeito cavalheiro, Sterling pergunta a si próprio se, para além da memória, terá perdido o juízo. Juraria não ser homem para se satisfazer apenas com beijos - principalmente os da doce e sensual Laura. Tentando descobrir a verdade antes da noite de núpcias, um beijo inesquecível ateia a paixão que nenhum deles alguma vez esquecerá
Opinião: É daqueles livros que leio em algumas horas, compulsivamente. Sou obrigada a atribuir uma apreciação baseada no que o livro suscita em mim e não na sua qualidade literária. Basicamente fartei-me de rir com a história e, na última parte, houve ali alguns apertos de peito. Adorei a química entre o Sterling e a Laura, funcionou muito bem (algo que falta nos livros da Mary Balogh). Por muito que não seja um livro pesado, a autora levou-o a bom porto com a infância do Sterling e o que os pais fizeram por ele. Derramei algumas lágrimas quando ele finalmente lê as cartas da mãe. E é por isso que gostei mais desta Teresa Medeiros do que, por exemplo, da Patrícia Cabot ou da referida Mary Balogh (esta última repete-se um pouco nos enredos, cópias uns dos outros, e a Patrícia/Meg Cabot é inconsistente nas personagens e nas suas ideologias, querendo atribuir-lhes força e descurando a persistência. Mudam de direcção ao sabor do vento.
Nesta primeira obra que leio da Medeiros, é-me contada a história de um rapazinho que se vê privado da companhia dos pais, à mercê de um tio hediondo e da herança de um título que não lhe era destinado e que lhe sai caro. Incapaz de perdoar a mãe, Sterling torna-se numa criatura amarga e violenta que só encontra conforto na guerra. Na altura toda a Europa era um campo de batalha de lanças apontadas a Napoleão ou sob o seu comando (1815) e, tendo acabado agora o 1809, foi para mim um gosto voltar a este período.
Laura Fairleigh é arrastada para a precariedade de ficar dependente da caridade do novo senhor do casario quando a sua protectora morre. Receando pelo futuro dos irmãos órfãos compreende que deve casar o quanto antes para assegurar um tecto sobre as suas cabeças. É Sterling que, sem que ela saiba e devido a uma queda que lhe causa uma perda de memória, vai servir essa urgência.
Nada disto é novo, grande parte do livro é até "déjà-vu", mas este género é algo de confortável. Várias versões de uma mesma história, numa época em que a escolha estava bem mais limitada do que agora e, devido à complexidade do carácter de Sterling, que é sem dúvida a melhor personagem (embora Lord Thane, Diana, Lottie, George, o caseiro Dowe ou mesmo a cozinheira Cookie também sejam maravilhosamente bem individualizados e com deixas hilariantes de acordo com o carácter de cada um), me deu muito gosto "beber".
Aconselho a todos (as) amantes do género!
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