Título
oficial: Life of Pi @ 2012
Realizador:
Ang Lee
Banda
Sonora: Mychael Danna
Actores
principais: Suraj Sharma, Irrfan Khan
Classificação
IMDb: 8,2
Minha
classificação: 9,5
Prémios:
Óscares - Melhores Efeitos Visuais, Melhor Realizador, Melhor Banda Sonora,
Globos de Ouro – Melhor Banda Sonora
Sinopse:
Um jovem sobrevive a um naufrágio e fica cativo numa viagem de aventura e
descoberta. Enquanto náufrago, cria um laço inesperado com outro sobrevivente:
um feroz tigre de bengala.
Opinião:
Para quem não sabe, este filme é inspirado num romance de Yann Martel. Infelizmente,
parece que o autor esteve envolvido num escândalo por ter plagiado o enredo de um
livro, Max e os Felinos, de outro autor.
O filme, contudo, não tem responsabilidade sobre isso. Limita-se a retratar a história de
Piscine Patel, que fica 227 dias à deriva no Pacífico, com alguns animais
selvagens e, por fim, um tigre, após o naufrágio do navio onde seguia com a
família.
A Vida de Pi é de uma beleza esmagadora.
Por algum motivo liderou os óscares nas categorias técnicas (não que os óscares sejam exactamente sinónimo de bons filmes). Mas sim, é de uma beleza desconcertante. É mais ou menos óbvio quando um bom filme tem, por trás, aquilo que desconfio agora tratar-se de um bom livro. Tem cabeça, tronco e membros. As personagens não nos são despejadas, entranham-se em nós. Não vêm do nada, mas sim de algo que nos é compreensível.
Quanto à Índia, haverá sempre um certo exotismo a envolve-la, e neste filme
essa magia esteve presente. A coexistência de hindus, católicos e muçulmanos na
mesma comunidade tanto pode gerar conflitos, para mentes fechadas – “religion
is darkness”, como uma das personagens diz no filme – como pode trazer grande
riqueza cultural e interior a quem estiver aberto ao respeito e à compreensão. Pi (Piscine Patel, aliás) é assim. A própria história do nome da personagem principal
leva-nos para dentro dela: Piscine, Pissing, Pi, e a conexão com o 3,14 da tão
odiada matemática tornam o filme em algo de maior. É uma aprendizagem interior
através da fome, da solidão, do contacto com animais (eu diria mesmo com o
animal interior), e da eminência da morte perante a natureza opressora,
tantas vezes subestimada pelo Homem.
O
final quebrou qualquer coisa cá dentro, porque penso que entendi para além do
que é visualizado. Penso que terei de ler o livro para tirar mais dúvidas, mas
de qualquer modo dou os parabéns ao Ang Lee. O filme é arrebatador. Quase desejo viver uma aventura semelhante. Tendo visto
o Argo (Globo de Ouro e Óscar de Melhor Filme), que também me deixou de coração nas mãos, digo que este A Vida de Pi
contribuiu muito mais para mim como pessoa e amante de cinema. O Argo é
contornável, esquecível. A Vida de Pi não.
PS - Vi-o de novo no dia seguinte, valeu a pena para compreendê-lo.
PS - Vi-o de novo no dia seguinte, valeu a pena para compreendê-lo.
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