terça-feira, 22 de maio de 2012

»34 THOMAS, Sherry - Promessas de Amor

Sinopse: Elissande Edgerton é uma mulher desesperada, uma prisioneira na casa do tio tirano. Apenas através do casamento pode ela reivindicar a liberdade por que anseia. Mas como encontrar o homem perfeito? Lorde Vere está habituado a armadilhas irresistíveis. Como agente secreto do governo, localizou alguns dos criminosos mais tortuosos em Londres, enquanto mantém a sua fachada de solteirão idiota e inofensivo. Mas nada pode prepará-lo para o escândalo de ser apanhado por Elissande. Forçados a um casamento de conveniência, Elissande e Vere estão prestes a descobrir que não são os únicos com planos secretos. Com a sedução como única arma - e um segredo obscuro do passado a pôr em risco as vidas de ambos – poderão eles aprender a confiar um no outro, mesmo enquanto se entregam a uma paixão que não pode ser negada?

Opinião: O primeiro livro que li da Sherry Thomas foi o “Um Amor Quase Perfeito”. Visto que já li centenas de romances históricos – costumava ler um por noite, que baixava da internet e devorava até altas horas da madrugada – é-me impossível catalogá-los todos e, mais ainda, é-me impossível distingui-los. Mas os da Sherry distinguem-se, sem dúvida. Não só as personagens são únicas, como são inteligentes, perspicazes, transcendem os limites da ficção e parecem-nos quase pessoas comuns e excepcionais. O Lorde Vere, por exemplo, foi acusado por alguns críticos ao romance de ser estupidamente idiota. Ora bem; leram bem o livro? Qual é a parte que não entenderam sobre ele ter inúmeros motivos, entre os quais ser Agente da Coroa, para se fingir de tolo? Era importante que ninguém lhe desse credibilidade. Ri-me sobremaneira com as situações que proporcionou, e arrepiei-me literalmente quando emergia desse torpor de asno e assumia a inteligência que era, de facto, dele. Ele esteve sempre muito à frente de todos no livro, muito honesto e fiel a si próprio nas suas desconfianças. Apercebi-me agora que costumo gostar muito mais dos personagens masculinos que a Thomas cria do que dos femininos. A Verity, d’O Fruto Proibido, passou-me quase ao lado. Foi ele, o Stuart, com a sua franqueza imperturbável, que me ficou na memória. A Lady Tremaine chamava-se como, mesmo? Estou a falar do meu romance “romance” favorito de todos os tempos e não me recordo do nome dela. Ele? Lorde Tremaine? Chamava-se Camden e foi inesquecível, tortuoso, lógico e brilhante. Mas gostei da Elissande, entendi os seus motivos e anseio igualmente pela liberdade que ela ansiava. Não é uma tola em busca de amor – é uma prisioneira em busca de ar fresco.
Por algum motivo os RITA Awards elegeram o “Promessas de Amor” como o melhor romance histórico de 2011. A Thomas não se limita a criar enredo para cama e romance com “um bocadinho de estória” (odeio esta forma de escrever estória, mas quis que se entendesse do que falo). Não, não. Os livros dela têm História, intriga, inteligência, acção, romance, sensualidade, sofrimento, etc., quanto baste. Ainda não a vi cair em clichés. Pelo menos, até aqui, nenhuma das suas personagens principais foi raptada. Não houve mal-entendidos ridículos entre o casal-maravilha. Há sim motivos plausíveis – e culpas mútuas – para que se mantenham afastados. E ela descreve a solidão, a distância, o afastamento… o anseio por quem se ama como ninguém. Pensar em “Um Amor Quase Perfeito” ainda me traz angústias…
                Aquele maravilhoso trecho em Copenhaga… <3
Classificação: 5*****

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